Os sistemas de transportes – e, em particular, o modo ferroviário – são essenciais à competitividade da economia. Nos próximos anos, o país vai dispor de vastas oportunidades de assegurar novas vertentes de especialização e de crescimento económico: a alteração das cadeias de valor globais e a reindustrialização da Europa; ou a aceleração da transição energética, por motivos de autonomia de abastecimento e combate às alterações climáticas, permitindo a redução dos custos de energia e aumentando a atratividade de Portugal para atividades consumidoras intensivas de energia.

O aproveitamento destas oportunidades depende de um bom desempenho do sistema de transportes, em particular ao nível da movimentação de cargas, de um ponto de vista da sua celeridade, sustentabilidade, custo e fiabilidade.

Portugal tem neste momento um programa de investimentos na área das infraestruturas inédito nas últimas décadas, e irá afetar a elas grande parte dos fundos europeus do ciclo que agora se abre. Recursos financeiros disponíveis, portanto, elevam a ambição do país e obrigam-nos a avaliar o modo e cadência de execução, por forma a que os transportes entreguem valor à economia no prazo mais curto possível.

Ao mesmo tempo, os transportes enfrentam desafios que nos obrigam a repensar a forma como nos relacionamos com eles, no contexto da Transição Digital, Transição Energética e Disrupção Tecnológica que vivemos e ao qual devemos dar resposta conveniente.

Consideramos também que uma mobilidade mais sustentável – nas suas dimensões nacional e urbana – um melhor desempenho logístico e um papel mais estruturante do modo ferroviário estão entre os vetores determinantes para uma maior eficiência e competitividade.